ANÁLISE/REview: Beta de Project REsistance


A Capcom disponibilizou, somente para alguns fãs, durante o último final de semana, uma beta fechada do atualmente titulado "Project REsistance". Nós do Resident Evil Project fomos selecionados e testamos o novo jogo da franquia Resident Evil, assim trazendo aqui nossas impressões:


INTRODUÇÃO

Se você ainda não sabe do que se trata Project REsistance, será um spin-off multiplayer 4v1 se passando no universo de Resident Evil. De um lado estão "Sobreviventes", 4 moradores de Raccoon City que foram capturados pela Umbrella e infectados por um vírus. Do outro lado, um Vilão, Daniel Fabron, um pesquisador da corporação que usa os Sobreviventes como cobaias e os coloca em campos de batalha controlados e observa as ações do vírus presente nos organismos deles diante situações de desespero e medo.


JOGANDO COM OS SOBREVIVENTES

Ao ser selecionado como Sobrevivente, você deve escolher controlar um dos 4: January Van-Sant, Samuel Jordan, Tyrone Henry e Valerie Harmon. Cada um possui habilidades específicas.

. January é uma hacker e pode desabilitar câmeras do Vilão e atrapalhar suas atividades como aumentar os custos de seus recursos.

. Samuel é um boxeador e pode golpear inimigos com seus próprios punhos.

. Tyrone é um bombeiro e pode dar chutes nos inimigos, além de também ter uma habilidade que reduz o dano tomado não somente para ele mas para os sobreviventes em volta.

. Valerie é uma bioquímica e pode localizar itens no cenário e ainda curar sobreviventes em volta com um spray de primeiros-socorros que permanece ativo por um período de tempo em uma área.


O objetivo principal dos Sobreviventes é chegar ao final da partida sem que o tempo demonstrado na interface da tela acabe. Esse tempo pode ser diminuído ao sofrer danos, quando um inimigo lhe ataca, 1 segundo é descontado do tempo. Já quando um inimigo lhe agarra e faz um ataque mais forte, 15 segundos são descontados. Também é possível ter desconto de tempo quando o seu personagem ou colegas são pegos em armadilhas. Entretanto, o que mais desconta tempo é quando seu personagem morre, 30 segundos são descontados.


O pior de tudo é que, diferentemente de Resident Evil 2 Remake, NÃO é possível defender/contra-atacar quando um inimigo agarra o seu personagem. Esses tempos descontados e contando com a indisponibilidade do contra-ataque, acaba deixando o jogo desequilibrado com o Vilão tomando vantagem. É possível ganhar pontos também, quando se mata inimigos sendo que cada um tem um tempo específico a ser pontuado:

. Zumbis: +10 segundos
. Cães-Zumbis: +5 segundos
. Lickers: +15 segundos
. Desmontar armadilhas: +10 segundos

Além disso, os sobreviventes podem ganhar tempo ao concluírem em partes, os quebra-cabeças do jogo; ao final de cada estágio, uma bonificação é ganha levando em consideração o número de sobreviventes (alguém pode sair da partida no meio do jogo e isso prejudica muito os outros jogadores) e o tempo levado para conclusão do estágio. Durante a partida, os Sobreviventes também podem encontrar Umbrella Credits, uma espécie de pontos aos quais podem ser trocados por recursos como ervas, armas e munição.


Ainda com as vantagens dos Sobreviventes, o jogo continua desequilibrado, pelas razões apresentadas no próximo tópico:


JOGANDO COM O VILÃO

Ao ser selecionado como Vilão, é necessário criar todos os tipos de obstáculos possíveis para conseguir prejudicar o tempo dos Sobreviventes. Como o famoso "Mastermind", que por enquanto só é possível selecionado Daniel Fabron, é possível colocar zumbis, cães-zumbis, ivys, zumbis mais fortes, lickers etc para atrapalhar os sobreviventes. Além disso, é permitido colocar armadilhas e controlar metralhadoras de câmeras, o que deixa ainda mais difícil o desafio no lado dos Sobreviventes. Para piorar o cenário deles e "melhorar" o do Vilão, pode-se colocar em campo a "arma suprema", que é nada mais nada menos que o Tyrant T-103, popularmente conhecido como Mr. X. Esse, aliás, está bem poderoso, desenvolvendo golpes rápidos e fazendo combos que nem fica possível de escapar quando é pego por um só soco.


Não foi possível termos uma experiência tão satisfatória porque só foi possível jogar com o Vilão apenas uma vez devido a ter somente 20% de chance de ser selecionado como Fabron numa beta limitada ainda. Sendo garantia de quase ganhar o jogo, a jogatina com o Vilão fica tão mais vantajosa que não há um desafio tão grande. Para alguns, colocar o Mr. X em campo e vencer a batalha pode ser ótimo, mas para aqueles que buscam um desafio e uma adrenalina, jogar com o Vilão pode ser muito entediante; assim como jogar com os Sobreviventes pode ser muito estressante.


JOGABILIDADE

A jogabilidade de Project REsistance fica a desejar, uma vez que a tela é muito poluída, e são diversos comandos que confundem o jogador. As movimentações dos personagens lembram muito Resident Evil 2 Remake. Ao jogar com January e Valerie, você perceberá que elas tem praticamente as mesmas movimentações de Claire Redfield. Já Tyrone e Samuel, movimentações de Leon S. Kennedy. Ambas as movimentações são incorporadas com novos movimentos como socos, ataques com armas brancas, ações especiais, etc.


É exatamente essa overdose de tantos movimentos e novas ações que deixam o jogador confuso e atrapalhado. Em momentos de batalha entre seus colegas e os monstros, o jogador fica ainda mais perdido nas ações com tantas informações na tela. É definitivamente algo que a Capcom precisa aprimorar para que os espectadores sintam-se confortáveis ao jogar o futuro título. As vezes, menos é mais e isso pode se aplicar perfeitamente em Project REsistance.


GRÁFICOS

O motor gráfico de Project REsistance é a RE Engine, responsável pelas belas imagens de Resident Evil 7 biohazard, Resident Evil 2 Remake e Devil May Cry 5. Em relação aos gráficos, são praticamente os mesmos de Resident Evil 2, com alguns pontos inferiores, até porque é uma beta de um spin-off e por isso é possível encontrar detalhes de borrados pelos cenários, objetos sem uma finalização artística, alguns pontos sem coloração entre outros. Ainda assim, a RE Engine não deixa de impressionar com seus gráficos bonitos e realistas num geral. É possível que, com o desenvolver da produção, os gráficos sejam aprimorados.


SOM

Diferentemente de Resident Evil 2 Remake e Resident Evil 7 biohazard, e por razões lógicas, Project REsistance não considera tão potencialmente o som. Por estar mais relacionado a um jogo de batalhas de ação, o som cria uma bagunça na cabeça do espectador com tantos tiros, explosões e ações em geral acontecendo ao mesmo tempo. E isso torna bem mais difícil localizar os inimigos pelos cenários.


HISTÓRIA

Não há nada sobre História na beta de Project REsistance, a não ser a descrição dos personagens que já haviam sido divulgadas anteriormente. Entretanto, a Capcom promete que o game irá ter uma campanha "Modo História" e que pode ser a grande salvação do título. Pois considerando todos os pontos abordados acima, Project REsistance precisa de mais identidade e menos conflitos. E é possível notar que a história tem potencial para um spin-off.


Os Sobreviventes estão infectados com um vírus e as batalhas são para testar esses vírus em organismos humanos diante situações de medo e desespero. É interessante notar que cada Sobrevivente possui uma ligação, direta ou indireta, com a Umbrella. E é muito importante que a Capcom consiga interligar as histórias e desenvolver uma boa narrativa para que os jogadores possam identificar Resident Evil dentro de Project REsistance.


RESUMÃO


Project Resistance é divertido e rende bons momentos de diversão e risos com os amigos, mas não deixa de ser problemático em vários sentidos e não consegue se sustentar como um stand-alone. Era preferível de que o título fosse uma DLC de Resident Evil 2 do que um game solto que veio mais focado para multiplayer do que qualquer outra coisa. O título, ainda assim, com os elementos de cânon que foram lhe apresentados, tem potencial para tornar-se um bom spin-off.


NOTA FINAL: 6/10